Cie P.P. Dream & Gilbert Peyre (França)

“Cupidon, Propriétaire de l'Immeuble situé sur l'Enfer et le Paradis”

MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL
17 e 18 de Maio às 21h30 (Sexta e Sábado)
Espectáculo de abertura do FIMFA Lx13!

Concepção, encenação, esculturas e cenografia: Gilbert Peyre Textos: Yves Garnier e extractos de "Cântico dos Cânticos" Música: "Mes béatitudes" de Gérard Pesson (extracto), "Mi par d'udir ancora" de Enrico Caruso, "Temps arrêté" de Raphaël Beau, hinos religiosos Intérpretes: Jean-Yves Tual (Cupidon), Marie De Oliveira (A Noiva), Gaëlle Fiaschi (A Governanta) Soprano: Lydie Morales Vozes: Achille Orsoni, Corinne Martin, Gwénola de Luze, Olga Nikolaeva Manipuladores da consola electrónica: Juliette Zanon, Bachir Sam Direcção de cena: Loïc Guyon Assistente de direcção de cena: Antoine Mary, Nicolas Gérard Desenho de luz: Flore Marvaud Desenho de Som: Fabien Caron Camareira: Gaëlle Fiaschi Engenheiro electrónico: Robert Breton Figurinos: Morgane Olivier Aconselhamento técnico e assistente de cenografia: Vikonte de Bartholin Guião: Elsa Bahia Fotografia: Krzysztof Wojcik Participaram na construção: Anne Pinguet, Virginie Chevrier, Claude Orsoni, Claude Cottet Produção: Cie P.P.Dream – Laurence Alfieri Co-produção: Achille Orsoni, LE CENTQUATRE Apoios: Loupi Electronique e Robert Breton, Théâtre de la Marionnette à Paris, Théâtre de la Commune-CDN d'Aubervilliers, Ville de Pantin Técnica: Esculturas electromecânicas pneumáticas electrónicas Público-alvo: +12 Duração: 60 minutos Idioma: Francês com tradução em português

FIMFA-Lx13-Gilbert-Peyre-6©Krzysztof-Wojcik

“O universo de Gilbert Peyre é, ao mesmo tempo, um museu de artes e ofícios, uma sala de máquinas, um parque de diversões, uma sala de música, uma ópera, um espectáculo de magia, uma fantasmagoria, uma cerimónia, uma liturgia, uma cavalgada, uma procissão, um jardim zoológico, um circo, uma orgia, uma comédia mecânica, um apocalipse cómico.” - Gilbert Lascault

O artista plástico Gilbert Peyre, criador de instalações-espectáculo denominadas por sculpturOpéras apresenta a sua última criação, que vai surpreender pelo seu imaginário bizarro.

Durante uma hora somos mergulhados no mundo surreal deste artista, numa opulenta festa de esculturas electromecânicas saídas directamente da imaginação fértil de um electromecânico-maníaco...

Nesta feira de objectos, pequena sala de máquinas que se assemelha a um parque de diversões, ecoam cânticos religiosos, sons estranhos e uma voz de soprano que nos embriaga com palavras atrevidas, ocorre a união feliz e impressionante entre a alta tecnologia que dá vida a todas as coisas e uma fantasia delicada, afinada como uma partitura de música.

Alegoria surrealista sobre o Amor, a sculpturOpéra de Gilbert Peyre mistura, desta forma, as artes plásticas, a tecnologia e a ópera, com um texto erótico de Yves Garnier, interpretado pela soprano Lydie Morales e uma partitura musical de Gérard Pesson, Raphaël Beau e Caruso.

Uma comédia mecânica, cómica e trágica, onde as fantásticas esculturas electromecânicas de Gilbert Peyre coabitam com actores e o público é introduzido no universo peculiar de Cupidon (Jean-Yves Tual): personagem de carne e osso, metade homem, metade mulher, que vive rodeado de bonecas angelicais e diabólicas. Cupidon é o proprietário deste espaço, que compartilha com a Noiva (Marie De Oliveira), disfarçada de Princesa.

No coração desta música encantatória, com sons estranhos e palavras eróticas, desfilam perante os nossos olhos uma Governanta (Gaëlle Fiaschi), um coelho mecânico "corredor", anjos, um contrabaixo, um par de calças, uma saia, um armário cheio de convulsões, lançadores de facas, um porco com uma coroa de fogo, um bebé com um ecrã na cabeça... que dois manipuladores controlam à distância (Juliette Zanon, Bachir Sam).

Lírica, cheia de humor, mágica, caótica... esta instalação-espectáculo ilumina os nossos sorrisos e questiona-nos sobre o que pode ser o amor e a vida a dois: o Inferno e, ao mesmo tempo, o Paraíso... Imperdível!


“Gilbert Peyre é tão bizarro... o que ele faz está completamente em contradição com qualquer princípio; faz-nos pensar na obra de Joel-Peter Witkin e nos irmãos Quay”. - Jean-Pierre Jeunet

“Eu vi a criação do seu Cupidon... no ano passado. É ao mesmo tempo surreal, poético e louco, e faz-me pensar em David Lynch." - Jean-Pierre Jeunet, entrevista de Eric Bureau, Le Parisien Seine-Saint-Denis

“Nós estamos no covil de Cupidon e da sua Noiva, com as suas setas, assistimos ao encontro romântico entre uma saia e um par de calças, um encontro mecânico que nos faz sentir uma emoção real. Mais de 500 pratos constituem o fundo desta estranha cenografia, mas o mais tocante são os autómatos que estão no centro desta invulgar encenação, mas atenção, este espectáculo não é para todos os ouvidos. O mestre deste delírio fantasmagórico é Gilbert Peyre, um electromecânico autodidacta, uma criança com cabelos brancos... os gritos e sussurros das suas máquinas incríveis chegaram aos ouvidos de Jean-Pierre Jeunet. O pai de Amélie Poulain... que concebeu uma personagem a pensar em Gilbert e nas suas esculturas animadas.” - Didier Morel, France 3 Ile-de-France JT



FIMFA-Lx13-Gilbert-Peyre-1©-Krzysztof-Wojcik FIMFA-Lx13-Gilbert-Peyre-2©-Krzysztof-WojcikFIMFA-Lx13-Gilbert-Peyre-3©-Krzysztof-Wojcik FIMFA-Lx13-Gilbert-Peyre-4©-Krzysztof-Wojcik
FIMFA-Lx13-Gilbert-Peyre-5©Krzysztof-Wojcik FIMFA-Lx13-Gilbert-Peyre-7©Krzysztof-Wojcik

BIO
Gilbert Peyre, artista plástico, nasceu em 1947 e tem um percurso artístico difícil de classificar: inventor, génio D.I.Y., mecânico ou, nas palavras de Ben Vautier, um “Jean Tinguely realista”, mas, na verdade, Gilbert Peyre não tem nada em comum com qualquer movimento artístico. Desde o início dos anos 80 que se diverte com a construção de esculturas/objectos com a capacidade de se moverem, que mostra na janela do seu estúdio em Montmartre, antes de as exibir em Paris (Centre Georges Pompidou, Halle Saint Pierre) ou em Berlim, por exemplo.

Simultaneamente artista plástico, encenador e visionário, este incansável criador mistura engenhosamente e com humor, a tecnologia, o teatro, a poesia, o absurdo e o nada, como o próprio afirma.

As suas esculturas começaram por ser animadas mecanicamente e tornaram-se electromecânicas a partir de 1987. Começou por realizar instalações e, posteriormente, desde 1994, concebe sculpturOpéras. Em 1996 fundou a Cie P.P. Dream, com a sua esposa Laurence Alfieri, e monta em Aubervilliers a sua primeira sculpturOpéra, "Ce soir on tue le cochon" (com música de Jean Pacalet), que volta a apresentar em 2005, com o apoio de Bernard Latarjet e de Grande Halle de la Villette. Em 2000, Martine Lusardy dá-lhe carta-branca para a sua grande exposição “Fin de chantier” em Halle Saint-Pierre, Paris, e participa em vários espectáculos de Circo e Arte Contemporânea ("Et Qui Libre ?", em Villette, com a Cie Foraine, 2000; "Buren Cirque", com a Cie Etokan, de 2001 a 2004). E de Teatro ("Notre besoin de consolation est impossible à rassasier" de Armel Roussel, em Brigittines, KunstenFestivaldesArts, Bruxelas, 2002-2003).

Em 2009 é no cinema que vamos poder ver as suas esculturas animadas no filme "Micmacs à tire-larigot", de Jean-Pierre Jeunet. O realizador cai sob o feitiço das suas obras, descobertas em Halle Saint Pierre, e cria a personagem Petit Pierre, para as poder integrar no seu filme.

Actualmente a sua instalação "J'ai froid" faz parte da exposição "HEY! Modern Art & Pop Culture / Part II", patente no Musée de la Halle Saint-Pierre, em Paris, organizada por Martine Lusardy, directora do Museu, e Anne & Julien, criadores da revista HEY!


 

 

 

 

 

 

Sem comentários: